terça-feira, 28 de julho de 2020


12.

Ouvi dizer que o ar o levou
A linha sinistra abriu
O rasto da espera quebrou
O cuspo da morte ouviu
O silvo da hora raspou

Ouvi dizer que o mar o cantou
Na noite sisuda
A lua trombuda gozou
Como se nada esperasse
Mais uma alma roubada
Para nada arrumada
Um ponto final cravou


(Boato sobre a morte de um pintor)

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