terça-feira, 28 de julho de 2020


39.

Aquele corpo de alma exausta
Tecido com as trevas do mundo
Vagueia nos meandros da luz
Na orla da insensatez, e canta

Aquele corpo, fantasma de mim
Reflexo difuso do que era
Ou julgou ser assim, espanta

Aquele corpo, niilificado, final
Letal para quem não sente
Vital para quem não mente
Reduz-se à memória dos dias
E cala-se por não haver canto


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