terça-feira, 28 de julho de 2020


74.

Recordo o suão, um sopro
Quando não era apenas vento
E o desejo, agora morte, inquietação
Ameaça de agulhas no peito
E os discursos, gravatas inúteis
Ambição de adolescentes suados
Cuspo sem palavras. Estupores!

Recordo as águas, um fluxo
Quando eram apenas rio, sorrisos
E o desejo, sorte, sofreguidão
Limalha acesa na pele intacta
E as preces, promessas de céus

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