terça-feira, 28 de julho de 2020


26.

Um bafo de sombra
Um pedaço de escombro
Vergou-se a meus pés
Não sei que figura
Já nem a conheço
E sei que mereço esquecer
A meu ver, tudo passa
“avec le temps”

Um hálito de luz
Esgueira-se pela porta entreaberta
O tempo suspenso, tão denso
Respira, transpira
Alerta, de olhar excitado
Pressente o que esconde
O lado de traz, o fado fugaz de antanho

Todas as vozes, todos os cantos
Parecem estranhos, dir-se-ia que um muro
Ladeia a estrada sem rumo

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