terça-feira, 28 de julho de 2020


86.

Não sei em que canto
Arrumei as memórias
Da tua carne feroz
Que me surpreende ainda
Nas horas insólitas
Em que me desconheço
E me observo em escorço

O leito são nuvens brancas
Que se dissipam na madrugada
Só as tuas mãos húmidas e sufocantes
Me sossegam a alma ruborizada

Continuo sem saber como quebrar
Este vidro sujo que nos separa

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