terça-feira, 28 de julho de 2020


28.

Ando, flutuo, esvoaço
Pelas cidades ocultas da cidade
Montado na luz tremida
Levado pela mão estendida da memória
Litíase caótica, montureira de nada

Estreito, espreito o suspeito
Por detrás das casas sem laços
Entre elas só há embaraços de gente
Dormente, que não sabe se sente
Mas entende que tudo tem fim

Salto, calco, recalco
Subo colinas no fundo
Quero saber se ainda existo
Entre os braços do mar eterno
Esse que já não vejo, apenas oiço
Música, o puzzle da alma

Avanço, não danço, caio em falso
Na rua, pútrida, exangue
Que não corre, porém, escorre misérias
No tempo, no espaço sem cruz
Ficarei para sempre pregado

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