terça-feira, 28 de julho de 2020


60.

Uma pomba no asfalto
Do ocidente cruel
Hesita, desnorteada a fronteira
O traço interrompido
Para sempre, o pentágono
“Sangue nos telhados”
Disse o amante das guitarras
Que silencia as dores
No morno breu das plateias

Um corvo à chuva
Chora sobre as pedras
Jamais voará, apenas decifra
Caminhos de um reino à beira mar
Vasculha os restos de Poe, Pessoa
No mais profundo abismo
Onde as janelas se multiplicam
Em beijos, abraços e crianças

Sem comentários:

Enviar um comentário

Aqui Onde Os Relógios Mal Respiram

2008-2012